quinta-feira, 24 de julho de 2008

"O barco saiu do porto puxado à sirga por mulheres entoando uma canção. Seu casco rangia, enquanto largas ondas fustigavam a proa. A vela virou; não se viu mais ninguém; e sobre o mar prateado pela lua o navio era uma mancha negra que foi empalidecendo até desaparecer.
Felicité, ao passar pelo Calvário, quis recomendar a Deus aquele que ela queria mais no mundo; rezou durante muito tempo, de pé, com o rosto banhado em lágrimas, os olhos voltados para as nuvens. A cidade dormia, os guardas passeavam; e a água caía continuadamente pelas aberturas da represa, com um barulho de torrente. Soavam duas horas."
Flaubert.

domingo, 13 de julho de 2008

eu sempre dizia a ele, que só consigo escrever quando estou triste.
pois bem, hoje não to conseguindo escrever mais.

domingo, 6 de julho de 2008

a noite de ontem foi estranhamente enbranquecida por uma névoa. eu não sei onde foram parar as estrelas naquele momento, eu só via a fumaça branca. mas sabe o que foi mais estranho que isso? encontrar outra alma. eu jurava pra mim mesma que quando a visse, seria como se milhões de agulhas infiltrassem em meus olhos, e eles queimariam. mas eu não o senti. não negarei que meu coração quis saltar pra fora. mas não me doeu. não me fez entorpecer os passos. eu continuei seguindo, e então ela veio me tocar os dedos. eu evitei. evitei que ela me olhasse, e que me roubasse a alegria de sorrir outra vez.
e os meus olhos não praguejaram. ,)