quinta-feira, 24 de julho de 2008

"O barco saiu do porto puxado à sirga por mulheres entoando uma canção. Seu casco rangia, enquanto largas ondas fustigavam a proa. A vela virou; não se viu mais ninguém; e sobre o mar prateado pela lua o navio era uma mancha negra que foi empalidecendo até desaparecer.
Felicité, ao passar pelo Calvário, quis recomendar a Deus aquele que ela queria mais no mundo; rezou durante muito tempo, de pé, com o rosto banhado em lágrimas, os olhos voltados para as nuvens. A cidade dormia, os guardas passeavam; e a água caía continuadamente pelas aberturas da represa, com um barulho de torrente. Soavam duas horas."
Flaubert.

2 comentários:

carolina disse...

não sabia que gostava de flaubert.

denys disse...

bom...